Uma relação afetiva não é uma relação de ajuda, mas uma relação que ajuda.
Joan Garriga
É comum que as pessoas entrem num relacionamento afetivo em busca de algo que as complete. Dentro dessa perspectiva infantil, buscam alguém que possa nutrir suas faltas e suas necessidades. Buscam, em última instância, um pai, ou uma mãe.
Assim, ao invés de estar num relacionamento para crescerem de forma adulta e saudável, buscam um relacionamento para manter o seu status atual. Preferem continuar pequenos, esperando que alguém providencie o que lhe falta ou lhe faltou antes. Isso pode ser um afeto, um cuidado, um olhar. É um movimento de olhar o outro como um provedor. Ele que vai me dar um casamento, ela que vai me dar amor, e por aí vai.
Quantas mulheres não reclamam que se casaram e, além dos filhos, tem também o marido para criar?
Quantos homens não mantém suas esposas abaixo deles, controlando elas como filhas pelas quais se “sentem” responsáveis?
Uma relação afetiva saudável pode ser, para ambos, a entrada de fato no mundo adulto, onde há a possibilidade de cura destes padrões infantis e de crescimento emocional. É necessário para isso saber que a relação não tem como objetivo nos fazer felizes, no sentido romântico do termo, mas ser um espaço de conexão e de crescimento, de fazer algo maior juntos. Este crescimento vai acontecer em momentos de alegria, mas também em momentos de dor e de decepção, que precisam ser contemplados e acolhidos, como parte da jornada de crescimento.
Assim, o outro será não uma muleta ou suporte, mas um companheiro legítimo, um companheiro de caminho, em que podem crescer e explorar o mundo criando algo novo e enriquecedor para ambos.
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